Uma vez, há uns anos atrás, quando ainda trabalhava, uma criança de 9 anos foi encaminhada pelo setor da saúde por apresentar vômitos e diarréias sem causa específica. Na escola, sempre foi um bom aluno, mas começou a ter um rendimento menor e constantes reclamações dos professores de que estava “desconcentrado”. Durante a avaliação, descobri que os pais estavam separados, mas moravam na mesma casa. O pai, inclusive, já tinha uma outra família, mas na tentativa de poupar o menino, manteve-se na residência. De forma simples, os sintomas da criança estava intimamente ligado com o contexto familiar. O que não foi dito, estava sendo somatizado.
Isso ocorre em muitos processos de separação que, na justificativa de poupar, omitem. Essa omissão tem um alto custo para os envolvidos, já que faz parte do desenvolvimento infantil a fantasia. Nesse caso específico, as crianças podem fantasiar que aquela separação ocorreu porque fizeram algo para um dos pais, ou seja, culpam-se pelo fato! Isso tudo ocorre de forma inconsciente e, segundo a psicanálise, pode ter como pano de fundo “Complexo de Édipo”.
Não quero aprofundar em explicações psicanalíticas, mas sim, orientar pais e mães nesse processo que não é isento de sofrimento. O melhor caminho para minimizá-los é o diálogo. Respeite a idade e o limite de compreensão dos pequenos, usem linguagem simples e não entre nos motivos reais da separação, apenas expliquem que não deixarão de ser pais e mães (até mesmo porque não existe ex-pai e sim ex-marido né!), que algumas coisas irão mudar, mas o amor sempre será o mesmo.
Mesmo que pareça estranho, digam que eles não são culpados pelas mudanças (podem usar essa palavra: CULPA!). Procurem sempre falar do assunto de forma natural e deixando de lado qualquer mágoa que possam ter dos companheiros. Se o marido/namorado/parceiro foi um “canalha”, não significa que é um péssimo pai. Mas se, também é um péssimo pai, deixem que os filhos concluam isso! O importante é envolvê-los de amor, mas sem suprir com mimos em excesso!
Conversem com professores para que estes se tornem aliados no processo, acompanhando e avisando qualquer alteração no comportamento das crianças. Avós, tios também serão bem vindos, desde que não tentem “tomar partido” de um dos pais!
Se a dificuldade persistir é sempre bom buscar orientação com um psicólogo.
Beijos
"Milene Mocheuti é psicóloga, colaboradora do Das Mariazinhas, fala sobre comportamento toda semana às quartas-feiras."
fotos: Google
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Mt bom esse post!
Bjos, Gabi
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Adorei o post!!Milene, nada melhor que uma boa conversa para pelo menos tentar amenizar o problema, as crianças tem que ser expostas a tudo, com certo cuidado é claro, desde cedo para serem "do bem", bjs, Va.
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Vivi, saudades de vc, ainda bem que está de volta!!Bjs, Va.
Muito bom esse post!
Beijinhus
Nai
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Oi amore
Tudo bem?
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